06 novembro 2010

.::Sons de Caminhos::.

Há uma música que se escuta ao longe...

Não é agitada, não é calma
É aflita, ansiosa
Soa baixa aos ouvidos
Mas grita ao coração

Tem um andamento tenso
Veloz e entrecortado
Pulsando como veias
Um tremolo rápido

Trás notícias do que se foi
Cifradas em tons obscuros
Sombria, com acordes não resolvidos
Soa familiar a estes ouvidos

Com seus acordes menores
Enche o ar por completo
Melodiosos melancólicos
Temendo seu fim quase certo

Há uma música que se escuta de perto...

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"You turn off the light
And you won't make no difference
You hear the echoes fade away
When the cries of despair
Turn to a sound in distance
The road ain't divine
Black are the wings that will carry me home"

(Angel of Babylon - Avantasia)

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"Young is the day
Still it's the same
The same old tomorrow
Colors too bright
So dream in black and white
If you wanna rise from the hollow

The future in sight
The past in your head
Nightmare or treason
The father above you as you
Walk through the ashes
Don't you run out of reason

You keep waiting
For your choice to be made
There ain't no bounty
For the number of passions
You rein in for love

Pleasure and pain feel all the same
To the dreamer who's trying to get closer
Strange how it feels in reality
When your fairytale is over

No right or wrong
I just keep going on
And I don't get lost in belief

Falter and pray
Keep looking away
I don't wanna see

You are defying the devil
Forever this time
But you can't imagine
Forever will drag on a long long time
You are defying salvation
The wait is your crime
Stalemate in virtue we falter
Forever is a long time
"

(Forever is a Long Time - Avantasia)

31 agosto 2009

...

Varei cordilheira, geleira e deserto
O mundo pra mim ficou perto
E a terra parou de rodar
Com o tempo
Foi dando uma coisa em meu peito
Um aperto difícil da gente explicar
Saudade, não sei bem de quê
Tristeza, não sei bem por que
Vontade até sem querer de chorar
Angústia de não se entender
Um tédio que a gente nem crê
Anseio de tudo esquecer e voltar
Juntei os meus troços num saco de pano..
..Agora aprendi por que o mundo dá volta
Quanto mais a gente se solta
Mais fica no mesmo lugar

10 agosto 2009

.::A Trava::.

Em sua frente... a folha
A folha em branco
A folha esperando para ser preenchida
Por mundos e sensações

Mas há um problema
Que está do outro lado

Você tem o lápis
Você tem a ação
Mas você não consegue entrar no mundo

Há grilhões em seus braços

Correntes de aço que te prendem
Correntes de aço que não existem.

Coisas que te impedem de escrever o que quer
Coisas que te impedem de sentir o que quer
Coisas que te impedem de ver o que quer

É uma trava.
Silenciosa. Sorrateira. Fatal.

Fazendo você se retorcer na vontade de escrever
Escrever o que não sai.
Dizer o que não se diz.
Sonhar com o que não existe.

Ter sua pouca fração de si mesmo
Dividida, subtraída.
Como numa sala em preto e branco
Fria e apertada.

Mas como prisão ela também é falha...
Você pode sair.
Mas nunca poderá deixá-la...
Você sai, mas ela irá te acompanhar...

Posto que assim é... escrevamos juntos
Oras, escrevamos...

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Nunca lá, sempre quase lá...
Coisas das quais não se pode fugir.
E não depende de você mudar.
Viver, a luta constante.

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"Let it out, let it out
Feel the empty space
So insecure
Find the words
And let it out

Staring down, staring down
Nothing comes to mind
Find the place
Turn the water into wine

But I feel I'm getting nowhere
And I'll never see the end

So I wither
And render myself helpless
I give in
And everything is clear
I breakdown
And let the story guide me

Turn it on
Turn it on
Let the feelings flow
Close your eyes
See the ones you used to know

Open up open up
Don't struggle to relate
Lure it out
Help the memory escape
Still this barrenness consumes me
And I feel like giving up

I wither
And give myself away

Like reflections on the page
The world's what you create

I drown in the hesitation
My words come crashing down
And all my best creations
Burn into the ground
The thought of starting over
Leaves me paralyzed

Tear it out again
Another one that got away"

(Wither - Dream Theater)

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"Hands up who thinks it's now
Home base is the bathroom
Where the lights are bright
It's never too late if you know how
We got our own brand of hyperspace

You cannot change anyone
There is no peace, there's only sun

When you want to go, i know you will
And i can see it all and i'm ok
But i wish there was another way

There's no right and there's no wrong
There's just the balance of the things you know"

(Hyperspace - Nada Surf)

22 fevereiro 2009

.::Gelos e Grades::.

Ontem eu sonhei
Coisa que há muito não fazia
Sonhei que a vida era clara
Sonhei que a noite era dia
Que tinha um navio
E o navio estava cheio de água
Sonhei que o navio inundava
Mas, inundado, flutuava.
Sonhei com a selva
E que a selva era passagem
Passava por toda a vida
Passava por toda a margem
Que quando eu quis
Atravessei a selva
Pois o primeiro passo
Tornava a selva em relva
E que atrás disso tudo
Havia uma festa e uma piscina
A água era quente, o sol era forte
Mas havia a sombra e o gelo
Gelo que nem um pedido de desculpas poderia quebrar
Um pedido de desculpas que simplesmente não faria sentido
Gelo que mesmo o sol quente não conseguia derreter
Um gelo inquebrável, uma sombra inclareável
Mesmo na festa, mesmo na piscina, mesmo no mar
Quis investigar o que era a sombra
E a sombra me levava à um beco
Um beco escuro e sujo
Um beco sem nada.
Mas com uma grade
Gelo, grade, sombra
Na festa havia alegria...
Mas na sombra há gelo e grades...
O que é causa de tudo isso?
O que quebraria o gelo?
O que clarearia a sombra?
O que me libertaria destas grades?
Por que haveria eu de me preocupar se tudo não passa de um sonho?
Mas por que então eu ainda desse sonho não acordei?

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"Show me how to lie
You're getting better all the time
And turning all against the one
Is an art that's hard to teach
Another clever word
Sets off an unsuspecting herd
And as you step back into line
A mob jumps to their feet

Now dance, fucker, dance
Man, he never had a chance
And no one even knew
It was really only you

And now you steal away
Take him out today
Nice work you did
You're gonna go far, kid"
(You're gonna go far, kid - The Offspring)

"No sign of life did flicker
In floods of tears she cried
"All hope's lost it can't be undone
They're wasted and gone"

"Save me your speeches
I know what you want
(They blinded us all)
You will take it away from me
Take it and I know for sure
The light she once brought in
Is gone forever more"

Nightfall
Quietly crept in and changed us all
Nightfall
Immortal land lies down in agony

"How long shall we mourn in the dark
The bliss and the beauty will not return
Say farewell to sadness and grief
Though long and hard the road may be"
But even in silence I heard the words
"An oath we shall swear by the name of the One
Until the world's end
It can't be broken"

(So) never trust the northern winds
Never turn your back on friends

Back to where it all began"
(Nightfall - Blind Guardian)

"A melhor definição que posso dar de um homem é a de um ser que se habitua a tudo."
(Fiódor Dostoiévski)


18 janeiro 2009

E o Que Realmente Vale a Pena?

Tudo aconteceu...amor eterno virou ódio mortal, alguns se foram outros chegaram, amigos se tornaram pra sempre, outros magoei, idéias em greve falta de poemas e pensamentos...resumindo: a vida seguiu!!
E o tempo?
Passou e trouxe inspiração...

"Em 1 segundo tudo vira passado
Uma idéia pasa, um sonho realiza
e a memória ganha mais um trecho.
Um segundo que entrou na eternidade
junto com as guerras, com os risos de escola, com o programa da infância.
Parte de um minuto útil, forma de contar quanto falta pra eternidade;
já que um segundo não passa, se repete incansável pelas horas e vê tanta coisa...
Tantos 'pra sempre' que se torna monótono.
Um segundo não passa, só assiste o depois passar a ser agora."


" É ridículo pensar que somos seres tão onipotentes que até o tempo se curve
para contar nossa insignificante vida.
Ela é um acaso do tempo, um simples fato concreto: existe ou não existe.
Para o tempo não somos nada, para nós, o tempo é tudo que o nada poderia ser se tivesse tempo...
Ridículo, não?!"

Já que estamos aqui que seja dito também sobre o amor...e os românticos me perdoem desde já a sinceridade

" Amar em todas as formas machuca
O que nos resta é escolher por quem realmente vale a dor.
É algo curável, porém eterno
e minha vida ensinou a conviver com isso;
por mais que quando o vento bate,
a vontade de afundar mais onde dói.
É fácil viver depois:
nada como a dor pra mostrar a imunidade á tristeza...
e do mais o que nos resta é o bom e velho francês: 'Carpe Diem' "


Este é o fim!!!

18 julho 2008

.::Tempo de Observar::.

As pessoas passam apressadas
Para pegar seus respectivos trens
Faz mais de duas horas que vejo isso
O banco é gelado, o vento e as pessoas também
Mas apenas uma coisa me importa: como estou.
Nunca me senti dessa forma...
Ah tudo bem, senti-me de forma parecida
Mas não igual.
Tenho paciência suficiente para olhar as pessoas pegando trens
E entendê-las.
Entender o porque correm. E querer continuar sentado aqui observando tudo isso.
Lá fora o mundo corre
Na ânsia de seguir o mundo as pessoas correm também
E aceleram umas às outras.
Antigamente eu perguntava o que faziam os botões que eu iria apertar
Agora eu aperto os botões e lhes digo o que quero que eles façam.
Existe uma grande diferença entre tudo isso.
Entre correr e caminhar.
Entre passar e trilhar.
Entre seguir e abrir caminhos.
Só percebe isso quem pára e observa.
Já fui melhor nisso que faço...
Mas estou reaprendendo como fazê-lo
E estou melhorando
Consigo identificar algumas pessoas que sorriem socialmente
Ou que acreditam que a felicidade está nesta ou naquela coisa
Ou que sorriem socialmente e acreditam que a felicidade está nas coisas porque lhe disseram isso
E isto é triste.
Pessoas assim perdem a beleza da aleatoriedade da felicidade
De como é bom ouvir a música que você gosta tocando na rádio JHGZ Fm às 23h47 de uma quinta-feira.
E de se lembrar de como é divertido se reunir com os amigos numa praça aleatória com uma garrafa de refrigerante vagabundo e um violão.
Ou quem sabe de andar sem rumo em meio ao caos e encontrar uma senhora vendendo os chocolates que você gosta.
E para não me deixar esquecer disso tudo eu fico aqui olhando as pessoas que só se importam com o trem que devem tomar.
Aliás, eu sei que é a terceira vez que o trem que eu deveria tomar passou...
Mas quem disse que é agora que eu quero ir para casa?

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Chegou um tempo em que não importa exatamente o objetivo
Deve-se observar o tabuleiro e analisar o que está acontecendo
As peças devem ser movidas sagazmente como sempre
Mas o que importa disso tudo é o movimento surpresa...
Pois no xadrez da vida talvez o importante não seja o cheque-mate mas sim as jogadas que você faz durante sua partida...

.::A Queda de Khrün::.

O toque da trombeta do sentinela mais externo avisou: o rompimento da antiga aliança se cumprira.
Khrün alvoroçara-se. Não esperavam este golpe de quem por tanto tempo lutou ao seu lado.
As muralhas azuis de Khrün cintilavam junto de seu estandarte azul e prata. O dia tinha escurecido, apesar de ser meio-dia, e a única fonte de luz era a própria Khrün e seu exército em formação.
Ouvia-se ao longe um som surdo do gigantesco exército dos corrompidos.
O próprio herói khrüniano tomou a frente do exército, montado em seu magnífico cavalo branco. E disse:
"Meus irmãos! Hoje lutaremos contra nosso próprio sangue. É de conhecimento de todos que nossos aliados não precisam mais de nós. Corromperam-se com a mais nojenta e asquerosa estirpe mercenária. Jamais nos renderemos a uma atitude tão vil. Defendamos nossa honra, nossas terras puras, nossas belas mulheres, nossas crianças, nossos animais e toda nossa alegria do povo corrompido que se aproxima. Nossos feitos serão cantados por todo o sempre por todos os bardos e animadores do povo que possam existir: lembrarão da nobre aldeia que defendeu sua pureza contra seus iguais que se corromperam! Os traidores não terão sequer nota de rodapé em toda a História... traíram nossa aliança e nosso sangue! Força homens! Expulsemos os corrompidos de nossa terra!"
A multidão urrava em extase, brandindo as espadas.

O exército dos corrompidos parara logo às muralhas.
E com um estampido investiu contra a muralha de Khrün. Investiram duas vezes. Três. Quatro. Até que um pedaço da muralha cedeu e as hordas invasoras começaram a entrar nas terras puras. As falanges khrunianas demonstravam todo seu valor contra a cavalaria inimiga. Porém os corrompidos tinham gigantesca vantagem numérica. E mesmo com toda bravura do povo khruniano eles entraram na cidade.
Vendo o sangue de seus irmãos manchando o solo querido, o herói khruniano lutava com lágrimas aos olhos. E isso o fazia derrubar ainda mais inimigos.
Enquanto isso o herói corrompido adentrava as muralhas. Ao vê-lo o herói khruniano investiu com toda fúria. Derrubou 15, 20, 30 inimigos em sua investida. Mas finalmente foi cercado e derrubado de seu cavalo.
E ali entrou para a história como o herói da maior aldeia que todo o continente leste jamais vira. Os inimigos foram subjugados tempos depois pelos próprios mercenários com quem haviam se aliado, e se arrependeram amargamente de terem abandonado a valiosa Khrün. Porém era tarde.
Khrün já era mais do que uma simples aldeia.
Khrün já era A História.

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A metáfora transcende o tempo, as palavras e os sentimentos que já não existem...
Mas a grandiosa Khrün sempre foi e continuará sendo A História.

29 junho 2008

A dúvida existe ainda....

Algo corrompe a cabeça dos homens
não são as curvas que dobram a esquina,
nem as crianças correndo entre os carros;
algo incomoda sem ser visto, provoca ás escuras.
Algo conspira na cabeça dos homens
Planeja cada palavra como se fosse o fim
arquiteta planos mirabolantes
e apaga vestígios contrários.
Algo o persegue na cabeça do homem
É o medo de não se perder,
de morar em sua própria fantasia
sem saber voltar pro antes.
Algo domina o medo do homem
A incerteza da eternidade que se faz presente
Cada vez que se morre de amor.

"Você está vivo. Esse é o seu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho." (Cazuza )

Jamais chegarei na perfeição mas estou no caminho certo....

Érica Alexandre