.::Vinho barato e antipatia acabou de entrar::.
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?
E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde?
---------------------------------------
Você
Você que é todos
Você que está com todos
E logo vai estar sem ninguém
Num futuro tão distante
E tão iminente
As festas se escasseam
A alegria está fazendo as malas
E você vê tudo isso
Tomando mais um gole do seu vinho barato
Quer um MSN novo
Quer criar um novo orkut
Quer entrar num bate-papo
Ninguém te ouve
Porque você é tão... você
Abandonado.
Rejeitado.
Sem entender o porquê
Como se isso realmente fizesse alguma diferença
Quando é a pergunta
Quando parte o próximo vôo pra Pasárgada?
Quando nasce o próximo Alfa(*)?
Quando a verdadeira simpatia voltará aos relacionamentos humanos?
Quando o carisma vai voltar?
Quando as pessoas conversarão pelo simples prazer de conversar
ou de apenas
fazer nada em companhia?
Enquanto isso
Você se embriaga com seu vinho
E reclama do tédio em seu MSN cheio de gente
Que você nunca conversou ou nunca mais vai conversar na vida
Ou os dois.
--------------------------------
(*) Referência ao livro Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Se você ainda não leu... está perdendo algo muito bom.
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?
E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde?
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Você
Você que é todos
Você que está com todos
E logo vai estar sem ninguém
Num futuro tão distante
E tão iminente
As festas se escasseam
A alegria está fazendo as malas
E você vê tudo isso
Tomando mais um gole do seu vinho barato
Quer um MSN novo
Quer criar um novo orkut
Quer entrar num bate-papo
Ninguém te ouve
Porque você é tão... você
Abandonado.
Rejeitado.
Sem entender o porquê
Como se isso realmente fizesse alguma diferença
Quando é a pergunta
Quando parte o próximo vôo pra Pasárgada?
Quando nasce o próximo Alfa(*)?
Quando a verdadeira simpatia voltará aos relacionamentos humanos?
Quando o carisma vai voltar?
Quando as pessoas conversarão pelo simples prazer de conversar
ou de apenas
fazer nada em companhia?
Enquanto isso
Você se embriaga com seu vinho
E reclama do tédio em seu MSN cheio de gente
Que você nunca conversou ou nunca mais vai conversar na vida
Ou os dois.
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(*) Referência ao livro Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Se você ainda não leu... está perdendo algo muito bom.