.::Eu e Meu Amor::.

Toc... Toc...
Quem é?
É a Chapeuzinho Vermelho.
Entra.
Ohh não! É o Lobo Mau!

Lobo Mau?
Não.
Não existem lobos maus nessa história.
Existem pensamentos parasitas infestando este lugar.
Saiam. Xô!
Quem precisa de pensamentos parasitas?
Meus pensamentos agora estão iluminados.
Eu sei que vou voltar.
Eu estou voltando.
Até vejo a luz da porta de entrada.
"Olá Porteiro. Tudo bem com o Sr?"
"Onde pensas que vai nobre cavalheiro?
Esta porta encontra-se fechada para o senhor."
Deixe de besteiras senhor.
Esse lugar sempre foi meu.
A propósito...
Porteiros servem para barrar entradas.
A primeira vez que venho a meu lugar
e assim secamente diz para eu não entrar?
Sem essa.
"Mas o senhor já não é tão dono desse lugar."
O que me pertence não é aquilo que eu mando,
aquilo que eu controlo e tenho poder sobre.
Me pertence a capacidade de amar o meu pertencido.
Amo eu a esta sala, este lugar
Se eu não lhe der o merecido valor quem dará?
Amo o mundo, ele me pertence.
Amo meus sonhos, eles me pertencem.
Amo tudo o que me é dado o dom de amar.
Mas amo a esta sala mais do que qualquer coisa ou lugar.
Agora faça o favor de se afastar, pois vou entrar.
"Ainda não lhe é permitida a entrada, colega"
E ouvindo isso parou e refletiu.
Já não encontrava palavras para dizer.
Apenas sentimentos e pensamentos.
E com eles fez uma cabana e dormiu por 4 dias.
Na noite do quinto dia voltou a dirigir a palavra ao porteiro.
Boa noite, senhor. Já passou entrar na sala a que tenho afeição?
"Tenho fome, dá-me de comer. Porém não posso deixar que entre na sala."
Meus sentimentos me mantiveram vivo e meus pensamentos me nortearam.
Se quiser comer terás pensamentos luminosos como lanche.
O preço para isso no entanto é caro.
"E seria a entrada na sala?"
Não.
Será ver a vida com outros olhos.
Ter na repetição de momentos a percepção do novo.
Ter na falta a abundância.
Ter na incerteza o conforto.
Ter na dúvida a capacidade de esclarecer o coração e simplesmente amar.
Terá coragem de se livrar dos pensamentos obscuros?
"Tenho fome."
Pois coma, amigo.
E banquetearam.
Terminado o banquete, cerimoniosamente, aproximou-se da sala.
Finalmente te encontrei meu grande e verdadeiro amor.
A porta se abriu para que pudesse entrar.
E na sala virou luz.
Fundiram-se.
E iluminaram-se por todo o sempre.
Assim seja.

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Eu estou voltando para minha sala.
Eu sei que ela precisa de todo amor que eu tenho.
De todo amor que houver nessa vida.
Assim o farei.
E meu blog atualizarei.
Amém.

(Prometo não abandonar o blog assim.)

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"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento."
(Vinícius de Moraes)